no ghosts 

2 - 10 Fevereiro 2018

Exposição individual | Moradia

 

Desde que me lembro que chamam a esta casa, a Moradia

Esta exposição tem lugar numa casa, a Moradia, há muito desabitada e em vias de transformação. As obras apresentadas e o próprio espaço são indissociáveis e quase simultâneos dado que resultam de dois anos de catalogação, arquivo e pesquisa subjectiva dos materiais e objectos acumulados pela família que a habitou durante sucessivas gerações.

Entrar na casa, possível apenas após o pôr-do-sol, é entrar na exposição. A única luz presente é aquela emitida pelas peças em exibição, simultaneamente um sublinhar e um testemunho da importância deste vínculo entre os materiais, o espaço e as memórias de experiência vivida na Moradia.

Um circuito de luz e sombra estabelece-se ao longo de três andares, atraindo  o visitante num percurso de divisão em divisão. A penumbra destes quartos hospeda combinações entre obras e espaço propondo pistas para o que estes espaços podem ter sido: restos de papel de parede, marcas da cola da carpete ou pregos esquecidos convivem com assemblages reconfiguradas e destacadas pela luz. As sombras espraiam-se, dobram e desenham ainda outras divisões dentro das salas e quartos. O som do vídeo com o mesmo título da exposição, no ghosts, ressoa pelos vários andares. A memória e o tempo integram-se neste agora. A casa, outrora morta está, finalmente, habitada. Já não há fantasmas.

 

Entrevista por Carlota Borges Lloret para Arte Capital, aqui.

 

 

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